Cada um de nós é único. Somos resultado da interação de nosso exclusivo genótipo com o meio ambiente em que vivemos, e não poderia ser diferente quanto as reações aos alimentos. A noção de individualidade bioquímica permeia hoje as áreas da nutrição e da saúde.
O alimento é, provavelmente, a maior carga antigênica à qual um índividuo esta exposto. Comemos toneladas de alimentos, ao longo de nossas vidas.(Ex. se comermos 1kg de alimentos ao dia, aos 70 anos, alcançaremos a marca de 25 toneladas).
Se pegarmos um alimento e o injetar diretamente na corrente sanguínea, morreremos por choque anafilático. No entanto o consumo de alimento via oral proporciona ao organismo a nutrição, essencial à vida. Isso se deve ao nosso trato gastrintestinal, na quebra de macromoléculas, transformando-as em nutrientes, nossa fonte de vida!!! Este conceito é de fundamental importância: O ORGANISMO NECESSITA DE NUTRIENTES, NÃO DE ALIMENTO.
É sabido que, em um trato gastrintestinal saudável, cerca de 2% de macromoléculas conseguem chegar a circulação sistêmica. Considerando o cálculo que comeríamos ao menos 25 toneladas de alimentos ao longo da vida, isso representa cerca de 500kg de macromoléculas na circulação. Mesmo com essa quantidade de possíveis alérgenos que chegam diariamente ao interior de nosso corpo, a evolução nos forneceu um mecanismo de proteção: A TOLERÂNCIA ORAL.
Estudos mostram que a redução no tempo de amamentação, deficiência de zinco, tornam essa tolerância menor.
Nutricionistas recebem pacientes com queixas espontâneas de reações a alimentos. Um grande número de pessoas observa grande melhora nos sintomas crônicos (como rinite, sinusite, asma, artrite, eczema, prurido, dermatite, acne e otite) após a eliminação de alimentos específicos de sua dieta habitual, cuja relação não era nem suspeita. Algumas alterações comportamentais, como mudanças de humor, ansiedade, depressão e síndrome do pânico, também tem sido observada em pessoas com alergias alimentares. E certas alterações ficam atenuadas, ou por vezes ate desaparecem, com a retirada do alimentos alergênicos. (muitos destes sintomas são tratados com medicamentos, sem nenhuma melhora).
Ainda é importante considerar que os medicamentos estão entre a quarta e a sexta causas de morte nos hospitais norte-americanos. Dessa forma, o eficiente combate a alergia alimentar provavelmente causará grande impacto na saúde da humanidade.
Porém os alimentos ingeridos com mais frequência (por serem de preferência do paladar da pessoa, por causarem sensações de prazer, saciedade e bem estar momentâneos), são também os que geram o maior número reações alergenicas, dias depois, impossibilitando ao leigo sua relação com os sintomas apresentados.
Conclui-se que o importante tema de alergia alimentar tardia (doenças crônicas não transmisíveis), que produzem gastos e sofrimentos incalculáveis, deve ser ainda muito pesquisado e difundido entre os vários profissionais da área da saúde, acarretando inúmeros benefícios. O nutricionista, atualmente, é o profissional mais capacitado para realização de tais diagnósticos e para um tratamento eficiente através da alimentação.
(Fonte: Livro Nutrição Clínica Funcional, dos princípios à prática clínica)
(Fonte: Livro Nutrição Clínica Funcional, dos princípios à prática clínica)
Rebeca Furtado (31) 8484-3052